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Teste do pezinho passa a detectar toxoplasmose em SC

Exame é feito pelo SUS e, anteriormente, rastreava apenas seis doenças.
SC amplia Teste do Pezinho que agora permite detecção da toxoplasmose. | Foto: Roberto Zacarias / SECOM

Redação PIXTV (Site)

19 de abril de 2024

atualizado às 09:46

A Triagem Neonatal, mais conhecida como Teste do Pezinho, é um exame fundamental para a detecção precoce de diversas doenças. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que, agora, sete patologias podem ser avaliadas a partir da coleta de sangue realizada nos primeiros dias de vida dos bebês que nascem em Santa Catarina. A recomendação é que a coleta ocorra após 48 horas do nascimento até o quinto dia de vida.

Anteriormente o teste previa o rastreamento de seis doenças: a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e a fibrose cística. Agora, desde 15 de abril, foi realizada a ampliação também para a toxoplasmose congênita.

“A realização do teste do pezinho é fundamental para as nossas crianças. São doenças que precisam ser detectadas e tratadas o mais rápido possível. Nos casos positivos, o nosso Hospital Infantil Joana de Gusmão, que é centro de Referência da Triagem Neonatal no Estado, está preparado para receber esses pacientes e acolher as famílias”, explica a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto.

Essas doenças não costumam apresentar sintomas no nascimento e, se não forem diagnosticadas prematuramente, podem causar sérios danos à saúde. O exame pode ser realizado nas unidades da Atenção Primária em Saúde ou, nos casos em que os bebês precisam permanecer hospitalizados após o nascimento, a coleta é realizada na própria unidade hospitalar.

O médico infectologista do HIJG, Marcos Guchert explica que a inclusão do toxoplasmose no teste de triagem neonatal permite acelerar o tratamento. “Instituindo o tratamento de uma maneira precoce, a gente previne que essa criança tenha aumento do número de sequelas a que ela possa estar exposta, já que ela pode ter atraso de desenvolvimento, alteração auditiva, uma série de sequelas que podem comprometer o desenvolvimento dessa criança, inclusive futuramente na vida adulta, que se a gente trata precocemente a gente consegue evitar”, afirma.

O exame de toxoplasmose é realizado nas gestantes durante o pré-natal, no entanto, por vezes a infecção pode ocorrer ao final da gravidez. “Às vezes ela se infecta no final da gestação e não se consegue identificar antes da criança nascer, então o teste do pezinho vai ser uma forma a mais de detectar essa doença. E à medida que as crianças forem identificadas com toxoplasmose, elas vão entrar no nosso fluxo do ambulatório, e imediatamente vai ser agendada uma consulta aqui no hospital. Ela vai ser avaliada por um oftalmologista, que é um dos órgãos-alvo, onde a toxoplasmose costuma fazer lesão, além do infectologista que provavelmente já vai iniciar algum tratamento. A criança geralmente é acompanhada durante um ano”, complementa o médico.

Em alguns casos poderá também ser necessário o atendimento por uma equipe multiprofissional com fisioterapia e neurologia, dependendo do grau de comprometimento da criança.

Só em 2023, Santa Catarina realizou cerca de 87 mil testes do pezinho. Esse exame importantíssimo é oferecido pelo SUS em mais de 1.476 Unidades de Saúde, nos 295 municípios.

Fluxo do Teste do Pezinho

A coleta da amostra é realizada através de uma pequena picada no calcanhar do recém-nascido. Os exames realizados no estado são encaminhados, no mesmo dia, via sedex, para o Laboratório Especializado em Triagem Neonatal – Fundação Ecumênica de Amparo ao Excepcional – FEPE, no Paraná.

Nos casos positivos, a FEPE faz o contato direto com a família, com a regional de saúde, com o município de residência do bebê e com o Hospital Infantil Joana de Gusmão, onde imediatamente é feita a marcação de consultas. “Esses pacientes não precisam passar pela regulação, visto que é fundamental que o atendimento seja realizado de forma breve. Então eles já são encaminhamos para as equipes aqui do Hospital de acordo com a patologia identificada”, explica a diretora do HIJG, Tatiana Titerickz.

Buscando dar mais segurança para o momento da coleta, em 2023, a SES também dobrou o número de lancetas encaminhadas às unidades de saúde. O instrumento é utilizado para realizar a perfuração do pezinho. Com a iniciativa fica garantido que caso haja a necessidade de uma recoleta ela seja feita imediatamente.

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde

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