O governo chinês decidiu suspender nesta quinta-feira (23) a proibição da compra de carne bovina brasileira, de acordo com o Ministério da Agricultura do Brasil, na véspera da chegada do presidente Luís Inácio Lula da Silva à Pequim para uma visita oficial.
O Brasil é o principal exportador mundial de carne bovina e a China, o país que mais consome o produto brasileiro.
"Após reunião do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, com o Ministro da Administração Geral da Aduana Chinesa (GACC, na sigla em inglês), Yu Jianhua, nesta quinta-feira (23), em Pequim, o governo chinês decidiu que vai levantar o embargo à carne bovina brasileira", informou o ministério em uma nota oficial.
O encontro entre Fávaro e Jianhua aconteceu em Pequim, para onde o ministro viajou antes da visita de Estado do presidente Lula, no domingo (26), que terá como foco, entre outros assuntos, a potencializar as negociações com seu principal parceiro comercial.
As importações de carne brasileira estavam suspensas desde 23 de fevereiro, após a confirmação de um caso "isolado e atípico" de "vaca louca", identificado em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA).
Até o momento, o governo de Xi Jinping não se pronunciou sobre a decisão anunciada pelo ministro brasileiro.
Fávaro garantiu após o encontro com Jianhua que a decisão é "um passo para que o Brasil avance" com oportunidades para a pecuária do país.
As transações comerciais entre Brasil e China ultrapassaram os US$ 150 bilhões (em torno de R$ 790 bilhões) em 2022, com um superávit para a maior nação da América Latina, que vendeu principalmente soja, minério de ferro e outros tipos, derivados de petróleo e carne bovina para a potência asiática.