Este 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, representa muito mais do que comemoração. Especialmente neste ano, a data chega como um alerta: é preciso encontrar soluções para proteger o meio ambiente e evitar novas tragédias, como a do Rio Grande do Sul que, entre outros, são ocasionadas pelas mudanças climáticas.
Um estudo da ClimaMeter, grupo de cientistas de diferentes países que realiza análises que colocam os extremos meteorológicos em uma perspectiva climática logo após a sua ocorrência, apontou que as fortes chuvas que causaram o maior desastre da história do Rio Grande do Sul foi 15% mais intensa devido às mudanças climáticas induzidas pelo ser humano. O consórcio identificou que, apesar do El Niño e de outros fenômenos terem agravado os temporais, as contribuições para esse episódio foram menores do que o aquecimento global.
Além disso, um outro levantamento recente, do Copernicus, serviço de monitoramento climático da União Europeia, mostrou que o mundo registrou o abril mais quente da história. O mês foi 1,58 °C mais quente do que a média de abril desde a era pré-industrial e 0,67 °C acima da média de abril entre 1991 e 2020.
Com isso, são 11 meses consecutivos de temperaturas recordes. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), na primeira semana de maio, a cidade de São Paulo, por exemplo, teve temperatura 7 graus acima do esperado, Curitiba, 8 graus, e São Joaquim, conhecida nacionalmente pelo frio, ficou quase 6 graus mais quente.
O aquecimento global causado, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis, afeta também os oceanos. Em abril, o calor da superfície do oceano foi recorde pelo 13º mês consecutivo, atingindo 21,04 °C, o mais alto registrado em qualquer abril, de acordo com dados do Copernicus.
Patrícia de Luca Lima Greff, consultora ambiental e diretora da Neo Carbon Forest Standard, referência nacional na operação do padrão brasileiro de mercado de carbono para projetos florestais e carbono azul, explica que a situação reacende o tema alertado no relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas que aponta que cada fração de grau de aquecimento no globo faz uma grande diferença nos impactos do planeta.
“Os cientistas são claros em dizer que é extremamente necessário limitar o aquecimento global a 1,5ºC. Por isso a importância da conscientização não só para reduzir e zerar emissões, mas também remover parte do carbono que já está na atmosfera”, afirma Patrícia.
Descarbonização é uma das soluções para reduzir o aquecimento global
Para reduzir os impactos do aquecimento global, Patrícia Greff destaca três ações fundamentais: reduzir emissões de gases de efeito estufa, preservar a floresta nativa e incentivar a recuperação de áreas degradadas.
A Neo Carbon Forest Standard, incentiva empresas em todo o Brasil a reduzirem suas emissões líquidas por meio de ações implementadas na indústria e/ou compensarem o carbono emitido por meio da aquisição de créditos de carbono, dos projetos certificados na sua plataforma.
“Os emissores de carbono compram créditos pelas suas emissões inevitáveis e, desta forma, investem para proteger áreas que estariam ameaçadas sem esses recursos, direcionados para conservação ou restauração de áreas degradadas. Diante da tragédia que presenciamos no Rio Grande do Sul, é essencial compreender que cada chuva intensa, cada evento climático extremo, carrega consigo as marcas indeléveis do aquecimento global e a sobrevivência do nosso planeta depende da nossa capacidade de agir com responsabilidade, hoje mais do que nunca”, alerta Patrícia Greff.