O ensino do xadrez está mudando a rotina e impulsionando o aprendizado dos estudantes da Escola José Cardoso de Aguiar, na comunidade da Várzea das Canoas, em Gravatal, no Sul catarinense. Desde o início do projeto, conduzido pelo professor de Educação Física Evandro de Souza de Oliveira, turmas do 1º ao 9º ano participam de atividades que estimulam a concentração, o raciocínio lógico, o respeito às regras e o autocontrole — habilidades que vão muito além do jogo.
A metodologia é adaptada conforme a faixa etária. Nos anos iniciais (1º ao 4º), as aulas são lúdicas e coletivas, com uso de um tabuleiro grande, rodas de conversa e participação em equipes. Já com os alunos do 5º ao 9º ano, o ensino é mais voltado para regras e estratégias, aproximando o jogo da matemática por meio de conceitos como coordenadas, plano cartesiano, simetria e sequência.
As aulas acontecem em diferentes espaços da escola, como biblioteca e auditório, o que contribui para manter o interesse dos estudantes. No momento, o foco é a aprendizagem inicial, mas o professor planeja promover torneios no futuro para incentivar ainda mais a prática.
Os resultados já são visíveis. Evandro destaca que, especialmente entre os mais jovens, houve avanços significativos na paciência para esperar a vez de jogar e na aceitação das vitórias e derrotas como parte do aprendizado. “O importante é trabalhar a concentração e o respeito às regras. Estou vendo um resultado muito positivo, principalmente no silêncio e na disciplina durante as partidas”, afirma.
O envolvimento com o xadrez também tem despertado interesse fora da escola. Um dos momentos mais marcantes para o professor foi quando um aluno que, no início, rejeitou a proposta de trocar a quadra pelo jogo, pediu para a mãe comprar um tabuleiro depois de poucas aulas. “Isso mostra que, quando aprendemos algo novo e passamos a gostar, o interesse cresce naturalmente”, comenta.
Integrado a outras disciplinas e com apoio eventual da professora de matemática, o projeto reforça o papel do xadrez como ferramenta pedagógica e formativa. Mais do que ensinar um esporte, a iniciativa busca desenvolver habilidades cognitivas e sociais que acompanharão os alunos por toda a vida.
Fonte: PMG
