Entidades do varejo lançaram no dia 21 de novembro o movimento nacional “Parcelo Sim!” em defesa das compras parceladas sem juros no cartão de crédito. Entre os integrantes que apoiam a mobilização, estão o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).
Com o mote “sem parcelar, não dá para comprar”, o grupo criou um abaixo-assinado contra a restrição dessa forma de pagamento, que está sob análise do Banco Central. A petição on-line já conta com mais de 300 mil assinaturas digitais. Atualmente, 24 entidades, representantes do comércio, serviços e de consumidores, fazem parte da campanha “Parcelo Sim”.
A proposta de limitar o parcelamento está relacionada a discussões do governo, do setor financeiro e do Banco Central para reduzir os juros do crédito rotativo. Segundo informações do Poder360, a Lei do Programa Desenrola Brasil, aprovada em outubro, limita a dívida do rotativo do cartão em até 100% do valor da compra. Hoje, esse índice é maior que 400% ao ano.
Conforme o UOL, o setor precisa propor até o final deste ano uma autorregulação que reduza os juros da modalidade, ou então, passa a valer o teto de 100% do valor original da dívida, aprovado pelo Congresso. Os bancos argumentam que para baixar os juros do rotativo, o parcelamento deveria mudar.
"A tentativa dos grandes bancos de eliminar ou limitar o parcelamento sem juros é uma estratégia de compensação pela redução das taxas exorbitantes do crédito rotativo e uma busca desesperada de recuperar vantagens competitivas frente às fintechs. Em vez de disputarem a preferência dos consumidores, desejam apenas manter sua lucratividade", argumentou o diretor de Relações Institucionais e Mídia da Proteste, Henrique Lian.
A campanha cita uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) que mostra que 90% dos varejistas vendem parcelado sem juros e, segundo o Datafolha, 75% da população faz uso dessa forma de pagamento. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva aponta que a limitação poderia afetar mais de 40% do mercado nacional. O mesmo estudo revela que cerca de 115 milhões de brasileiros adquiriram grande parte dos seus bens por meio do parcelamento no cartão de crédito.
Com informações do UOL e Poder360