EUA está ‘decepcionado’ com o Brasil por navios iranianos atracados no Rio
Redação PIXTV (Digital)
16 de março de 2023
atualizado às 14:25
Os Estados Unidos estão "consternados" e "desapontados" com a permissão concedida pelo governo brasileiro para a atracação de dois navios de guerra iranianos, disse nesta quarta-feira (15) o chefe da diplomacia americana para a América Latina, Brian Nichols.
"Temos transmitido nossa consternação (...) enfatizando a repressão brutal do regime iraniano contra seu próprio povo, o fornecimento de armas à Rússia e a desestabilização" no mundo, afirmou Nichols durante uma audiência no Comitê de Relações Exteriores do Senado.
"Makran" e "Dena", duas embarcações iranianas sancionadas pelo Departamento do Tesouro americano, receberam autorização para atracar no Rio de Janeiro de 28 de fevereiro a 4 de março, quando voltaram a navegar.
Uma decisão que preocupa os senadores, como o republicano Jim Risch, que considera motivo suficiente para que o presidente americano Joe Biden tivesse cancelado sua reunião com o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em 10 de fevereiro na Casa Branca.
"Entendemos que nossos países nem sempre concordarão e o Brasil, como nação soberana, toma suas próprias decisões de política externa", afirmou Nichols, mas esses navios "não têm lugar em nosso hemisfério".
Brian Nichols | Foto: Reuters
"Os iranianos não deveriam estar aqui", entre outros motivos, por seu "histórico terrível em direitos humanos" e seu apoio ao presidente russo, Vladimir Putin, depois que ele invadiu a Ucrânia, enfatizou.
Risch não ficou convencido com a explicação. "Todos sabemos o quão ruim o Irã é e o que eles estão fazendo", disse o senador, que não vê por que os iranianos deixariam de navegar onde quisessem se suas ações não tiverem consequências.
Nichols explicou que outros países latino-americanos "decidiram não receber os navios e não é por acaso". Ele atribui isso ao fato de ter conversado com eles "sobre os riscos apresentados pelo Irã".
"Continuamos tendo essa conversa com nossos amigos e parceiros no Brasil", concluiu.