Na manhã desta sexta-feira (29) foi deflagrada a operação "Queda Livre" contra o líder de uma organização criminosa envolvido no homicídio de um detento na Penitenciária Estadual de Canoas (RS). Jackson Peixoto Rodrigues, 41 anos, o Nego Jackson, foi assassinato a tiros no último fim de semana.
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A polícia identificou um dos autores do assassinato como Rafael Telles da Silva, 36 anos, o Sapo. Apontado como uma das lideranças de uma facção, com berço no bairro Bom Jesus, na Zona Leste de Porto Alegre, ele está preso e estaria envolvido em um outro homicídio registrado em 23 de setembro.
Na ocasião, um homem de 41 anos foi executado a tiros no bairro Cascata, na Zona Sul de Porto Alegre, por quatro criminosos que estavam em um Sandero. A vitima, que era irmão de um líder de um grupo criminoso daquela região, foi atingida por mais de 15 disparos.
De acordo com informações do Zero Hora, Sapo foi transferido nesta semana para uma penitenciária federal. A operação de hoje mira o grupo liderado por ele. A ofensiva integrada pela Polícia Civil, Brigada Militar e Polícia Penal, cumpriu 13 mandados de prisão preventiva e de 19 de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas e Gramado Xavier. Ao menos cinco pessoas foram presas.
Investigação
Após o homicídio registrado no bairro Cascata, a Polícia Civil começou uma investigação e conseguiu identificar os executores, mandante e líder da organização criminosa. No dia em que tudo aconteceu, a corporação descobriu um imóvel utilizado pelos bandidos como base logística para execução do crime.
No local, foram apreendidas quatro pistolas calibre 9mm com numeração suprimida e o Sandero utilizados no crime. O veículo estava clonado e havia sido roubado dias antes no Centro de Porto Alegre.
A polícia também prendeu em flagrante o motorista do veículo, que estava escondido no bairro Lomba do Pinheiro. O homem teve a prisão preventiva decretada e possui vasta ficha criminal com delitos de homicídio e roubos.
Disputa entre facções
Com o avançar das diligências investigatórias, foi constatado que o grupo, pertencente a uma organização criminosa liderada por Sapo, planejou o atentado para executar o irmão de um líder do narcotráfico na região de domínio de outra organização criminosa.
Com a análises de provas e com auxílio técnico do Instituto-Geral de Perícias, a Polícia Civil conseguiu entender toda a dinâmica do ataque a tiros. A investigação descobriu que, por meio de uma videochamada, eles receberam uma ordem, de dentro da prisão, para cometerem a execução. Essa ordem teria sido dado, segundo a polícia, por Sapo.
Sapo teria fornecido o imóvel, veículo e armamentos. Conforme apurado, depois do crime, os criminosos retornaram ao imóvel — que possuía aparência residencial, inclusive com uma família com duas crianças residindo — e fizeram contato com o Sapo para comemorarem a execução.
A investigação identificou a função de cada membro da organização criminosa no delito e foi representado ao Poder Judiciário pela expedição das ordens judiciais que foram cumpridas hoje.
“Essa é uma das medidas, a realização de operações especiais, por causa da morte ocorrida no presídio em Canoas. A energia das polícias se concentra nos responsáveis pelo crime e demais envolvidos da organização criminosa. Outras medidas estão e serão tomadas até que todos sejam responsabilizados”, disse o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Delegado Mario Souza.