Em viagem a Angola na última semana, o presidente empossado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu retornar o financiamento brasileiro no país. Na ocasião, 18 empresas solicitaram ao petista a reabertura dos financiamentos, dentre as quais algumas envolvidas em escândalos de corrupção apurados pela Operação Lava Jato, que motivaram a cessão das referidas operações de crédito.
Uma das empresas envolvidas na solicitação é a Novonor (antiga Odebrecht), que confessou, em acordo de leniência nos Estados Unidos, o pagamento de propinas no valor estimado de U$ 788 milhões a políticos e servidores em 12 países, inclusive Brasil e Angola.
Apesar da promessa de Lula, os membros do governo petista reconhecem o grande potencial de embates e desgaste que a retomada acarretaria e trataram a situação com maior cautela.
“Eles precisam explicar ao País o que está afetando a vida das empresas, para que o debate seja aberto, feito à luz do dia, com tranquilidade”, afirmou o ministro da economia, Fernando Haddad (PT). “O ambiente no Brasil sobre isso é delicado. O ambiente no Congresso é muito desfavorável a esse tipo de ação", continuou.
Segundo o ministro, o ideal seria que os empresários publicassem uma "carta aberta" à sociedade, o Executivo e ao Congresso brasileiro esclarecendo as razões do retorno das linhas de crédito, comprometendo-se com a transparência e legalidade das operações, para evitar novos escândalos de suborno e pagamento de propina.
Ainda, Haddad afirmou que não chegou a discutir os valores dos financiamentos com os empresários, mas eles manifestaram o desejo de obter uma linha de crédito de ao menos U$ 100 milhões (cerca de R$ 500.000,00).
Fonte: Brasil Sem Medo