Gelci José Coelho, conhecido como Peninha, falaceu na madrugada desta quinta-feira (16) em um hospital de São José (SC). Peninha era um artista popular, museólogo e conhecido por ser um dos guardiões da história, cultura e arte de Santa Catarina. Ele tinha 73 anos.
A trajetória do artista e pesquisador é marcada por muito estudo, ele tinha um carinho especial pela cultura ligada à herança dos açorianos, dos descendentes das nações africanas e indígenas que habitam o Litoral catarinense, sendo também um reconhecido contador de histórias.
Ao longo de sua vida, ele foi diretor de museu na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), museólogo, artista plástico, performer, ator, dramaturgo, produtor de instalações urbanas.
Um pouco de sua história
Natural de São Pedro de Alcântara, Peninha nasceu em 10 de agosto de 1949, cresceu e viveu em São José e na Enseada de Brito, em Palhoça. Ele era um entusiasta das histórias da Ilha de Santa Catarina, um artista popular e pioneiro na introdução da museologia no estado. Trabalhou com o artista, folclorista e pesquisador Franklin Joaquim Cascaes por mais de uma década, sendo seu assistente e aprendiz. Cuja morte coincidiu com os 40 anos do falecimento de Cascaes, nesta quarta-feira (15).
Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) trabalhou desde os 21 anos até a aposentadoria da instituição junto ao Museu de Arqueologia e Etnologia. Ele atuou em pesquisa, guarda de acervo, exposição, gestão em museologia e se tornou, em 1996, Diretor do Museu, cargo no qual permaneceu até se desvincular da instituição, em 2008. Peninha tinha formação em História e Museologia, foi também artista plástico, perfomer, ator, dramaturgo, produtor de instalações urbanas.
Em sua vida, Peninha escreveu muitas lendas, a mais famosa é a do Baile das Bruxas em Itaguaçu. As icônicas pedras da praia no bairro de Coqueiros, na parte continental de Florianópolis, seriam bruxas que foram petrificadas por não terem convidado o diabo para a grande festa que promoveram ali.
Em 2019, lançou o livro "Narrativas absurdas": verdades contadas por um mentiroso, em que mescla sua história de vida com lendas, contos e casos raros do litoral de Santa Catarina, narrando sua trajetória desde as primeiras lembranças.
Segundo uma amiga do museólogo, Peninha tinha insuficiência respiratória e estava internado há um mês no Hospital Unimed, em São José, tratando uma pneumonia.
Homenagens
As homenagens ao Peninha iniciaram na tarde desta quinta-feira. A presidente da Fundação Cultural de Florianóolis Franklin Cascaes, Roseli Pereira, publicou uma foto com ele e lamentou a perda: “nossa amigo Peninha dos deixa”.
“Hoje o céu está em festa, será presenteado com sua alegria e com nossas histórias. Fica nosso compromisso sem seguir seu legado”, completou Roseli.
A professora e amiga Isabel Orofino diz que a “tristeza é tanta que o cristão fica zonzo… Que perda! Ficamos órfãos”.
O velório de Peninha ocorre em São José, na Igreja de Nossa Senhora dos Passos, das 11h até 15h30, quando saíra o cortejo para sepultamento, às 17h, no Cemitério Municipal de São José.
Com Informações: Universidade Federal de Santa Catarina/ ndmais