A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta segunda-feira (29) uma nova fase da operação que investiga suposto esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. De acordo com o G1, um dos alvos da ação é o filho do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Os agentes cumprem mandado de busca e apreensão tanto na residência de Carlos Bolsonaro, localizada na Barra da Tijuca, quanto no seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Ainda conforme o G1, a suspeita é de que assessores do vereador, que também são alvo da operação, pediam informações para o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.
A Polícia Federal ainda não divulgou informações oficiais sobre a ação desta segunda-feira.
Entenda
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou na última quinta-feira (25) a execução da Operação Vigilância Aproximada, acionada pela Polícia Federal, que investiga supostas espionagens ilegais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. Os agentes cumpriram 21 mandados de busca e apreensão em endereços relacionados aos investigados, inclusive ao deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.
A PF investiga a criação de uma suposta organização criminosa, dentro da Abin, focada em monitorar os adversários políticos do governo Bolsonaro e proteger os filhos do ex-presidente de investigações. Segundo a PF, o monitoramento ilegal “de autoridades públicas e outras pessoas” era realizado por um aplicativo de geolocalização, sem autorização judicial, instalado em aparelhos telefônicos. Os supostos dados coletados, de acordo com as investigações, produziam “informações para o uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”.
O principal nome, entre os investigados, é o de Alexandre Ramagem. A autorização concedida por Moraes informa que “os policiais federais destacados, sob a direção de Alexandre Ramagem, utilizaram das ferramentas e serviços da ABIN para serviços e contrainteligência ilícitos e para interferir em diversas investigações da Polícia Federal, como, por exemplo, para tentar fazer prova a favor de Renan Bolsonaro, filho do então Presidente Jair Bolsonaro".
Além de forte aliado da família Bolsonaro, Ramagem também é cotado para disputar, neste ano, a eleição para prefeito no Rio de Janeiro.
Com informações do G1 e Brasil Sem Medo