A Polícia Civil deflagrou na manhã de ontem (5) uma operação para prender lideranças de uma facção criminosa que atua em Joinville, cidade do Norte de Santa Catarina. A ação resultou na prisão de oito integrantes do “Quadro Geral”, considerado o mais alto escalão da organização, segundo a corporação.
As ordens judiciais são fruto de uma investigação complexa que identificou os responsáveis por tomar decisões estratégicas da facção, incluindo a autorização de ao menos 14 homicídios registrados em 2024. Os crimes foram executados por meio dos chamados “tribunais do crime”, estrutura usada pela organização para julgar e punir, inclusive com morte, membros, rivais e até civis que descumprem suas regras.
Os presos também responderão por outros crimes, como integração de organização criminosa armada. A operação também prendeu em flagrante dois suspeitos por embaraçar investigação policial — após destruição proposital de provas — e um por tráfico de cocaína, totalizando 11 presos nesta manhã.
Hierarquia e poder dentro da facção
Na estrutura da facção, o Quadro Geral funciona como um conselho de elite, com funções como arrecadação (dízimo), gestão de patrimônio, articulação, elaboração de relatórios e aplicação de punições severas, conhecidas como “disciplinas”. Um dos presos ocupava o cargo de “Geral da Cidade”, posto de maior influência local, exercido por mais de 10 anos.
Alguns dos alvos tinham acesso direto aos fundadores da facção, o que, segundo a Polícia Civil, evidencia o grau de periculosidade e o poder de articulação dos presos.
Força-tarefa
A operação mobilizou 60 policiais civis das delegacias Especializadas do Departamento de Investigação Criminal (DIC), além de agentes das delegacias de Joinville, São Francisco do Sul, Itapoá e Garuva. Policiais penais também participaram por meio das unidades de monitoramento eletrônico. A Polícia Científica deu apoio na análise de vestígios digitais.
