O Papa Francisco decidiu simplificar os elaborados ritos fúnebres para um pontífice e pode se tornar o primeiro a ser enterrado fora do Vaticano em mais de um século. Durante uma entrevista à emissora mexicana N+ na noite de terça-feira (12), o argentino revelou detalhes sobre os planos para seu funeral.
Prestes a completar 87 anos, ele afirmou que devido à sua devoção a Maria, a Mãe de Deus, decidiu ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, onde tradicionalmente vai rezar antes e depois de cada uma de suas viagens ao exterior.
"É minha grande devoção. Minha grande devoção. E antes de ser Papa, quando estava em Roma, eu sempre ia lá nas manhãs de domingo, ficava lá por um tempo. Há um vínculo muito grande", disse Francisco.
A entrevista foi conduzida pela correspondente da rede no Vaticano, Valentina Alazraki, no dia em que o México celebra a festa de Nossa Senhora de Guadalupe. Gravada antes de presidir uma missa na Basílica de São Pedro, Francisco já estava recuperado de um ataque de bronquite. O papa reiterou que não tem planos para se aposentar e debateu assuntos como saúde, migração, relação com o falecido Papa Bento XVI e planos de viagem.
Ele revelou o desejo de viajar à Bélgica em 2024, além de viagens "pendentes" à Polinésia e à Argentina. A visita à sua terra natal não ocorre desde que virou Papa em 2013.
O pontífice também disse que tem trabalhado com o mestre de cerimônias do Vaticano, o arcebispo Diego Ravelli, para simplificar os elaborados ritos fúnebres de um papa.
Por mais de 100 anos, os papas foram enterrados nas grutas sob a Basílica de S. Pedro, dentro do Vaticano.