Na manhã desta quarta-feira (23), a Polícia Civil, por meio da 3ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (3ª DIN/Denarc), deflagrou a Operação Último Cais, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e outros crimes crimes na Região das Ilhas, Zona Norte de Porto Alegre e municípios da Região Metropolitana.
A ação cumpriu 56 medidas judiciais, incluindo 31 mandados de busca e apreensão, 6 prisões preventivas, 5 prisões temporárias, 2 sequestros de veículos e quebras de sigilo bancário e fiscal em seis casos. As ordens foram executadas em Porto Alegre, Eldorado do Sul, Esteio, Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí e Santo Antônio da Patrulha.
Participaram da operação 150 policiais civis e 50 viaturas. Até o momento, oito pessoas foram presas, além da apreensão de três veículos, drogas (maconha e cocaína), celulares, dinheiro e balanças de precisão.
As investigações tiveram início após o cumprimento de um mandado de busca que resultou na apreensão de uma pistola calibre 9mm, carregadores, mais de cem munições, balança de precisão e cerca de 500g de maconha, além de outros objetos ligados ao tráfico e comércio ilegal de armas.
O principal investigado possui extensa ficha criminal, com antecedentes por tráfico, associação para o tráfico, porte ilegal de arma, furtos, receptação, corrupção de menores e violência doméstica.
A análise dos dados extraídos de aparelhos apreendidos revelou uma organização criminosa estruturada, com hierarquia e atuação em tele-entrega e pontos fixos de venda de drogas, principalmente em Porto Alegre (Região das Ilhas e Zona Norte) e cidades da Região Metropolitana, como Eldorado do Sul, Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí.
Além do tráfico, o grupo é investigado por comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro. O líder articulava consórcios para compra e distribuição de drogas e armamento, em parceria com chefes de outras organizações criminosas.
Um dos alvos da operação também negociava cetamina em pó, vendida como droga recreativa conhecida como “Key” ou “Special K”. A substância era adquirida em farmácias de manipulação, inclusive em Goiás, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão. O caso evidencia o uso ilegal de medicamentos controlados por traficantes, por meio de parcerias com pessoas ou empresas autorizadas, burlando os órgãos de fiscalização.
Foi constatado ainda que parte do fornecimento de drogas e armas ocorre a partir do interior de presídios do Rio Grande do Sul, com criminosos usando celulares para manter a cadeia de comando e controle das atividades ilegais.