A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) divulgou o balanço de mortes no trânsito em Porto Alegre no primeiro semestre de 2025. Entre janeiro e junho, foram registrados 45 óbitos, o mesmo número do ano anterior no mesmo período. O dado revela uma estabilidade preocupante, sobretudo pelo alto envolvimento de motocicletas, que aparecem em quase metade dos casos.
Segundo o relatório do Observatório de Mobilidade (ObservaMob) da EPTC, dos 45 mortos, 15 (33%) eram condutores de motocicletas. O levantamento aponta ainda que outras seis vítimas foram atingidas por motos — incluindo cinco pedestres e um carona. Ao todo, motocicletas estiveram envolvidas em 21 mortes (47% do total).
"Esses números reforçam a necessidade de mais respeito às regras de trânsito. Vamos intensificar ações de fiscalização, educação e engenharia de tráfego para salvar vidas", afirma Pedro Bisch Neto, diretor-presidente da EPTC.
Outros dados revelam que:
- 16 das vítimas (36%) eram pedestres.
- 10 condutores envolvidos (23%) não tinham CNH válida ou nunca haviam sido habilitados.
- Em 17 casos (38%), a morte ocorreu no local do sinistro; as demais dentro de até 30 dias após o acidente.
- A média de idade das vítimas foi de 42 anos.
A terça-feira lidera como o dia da semana com mais mortes (11), seguida de perto pela quinta-feira (10). A região Sul da cidade concentrou 39% dos sinistros fatais.
Entre os motociclistas mortos, cinco eram motofretistas em horário de trabalho. A média de idade entre eles foi de 34 anos, uma das mais altas dos últimos cinco anos.
Outro dado que chama atenção é a vulnerabilidade das pessoas idosas no trânsito: 11 vítimas fatais tinham mais de 60 anos, das quais oito eram pedestres. A maioria desses acidentes ocorreu no período noturno.
As causas mais comuns dos acidentes fatais, segundo a Comissão de Análise de Sinistros com Morte, foram:
- Avanço de sinal vermelho;
- Velocidade acima do permitido;
- Condutores sem CNH;
- Alcoolemia;
- Circulação em local proibido.
Porto Alegre integra o Programa Vida no Trânsito desde 2012, e realiza análises aprofundadas dos acidentes para subsidiar políticas públicas. A EPTC reforça que o monitoramento constante é essencial para prevenir mortes e melhorar a segurança viária na capital.