A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e a Polícia Federal (PF) prenderam preventivamente um homem, de 21 anos, suspeito de torturar e matar o próprio enteado, de 2 anos. O crime ocorreu em abril no bairro Centro, em Curitiba. Ele, que é venezuelano, estava na lista de procurados pela Difusão Vermelha da Interpol e foi capturado no último sábado (15) na cidade de Pacaraima, no Norte de Roraima.
De acordo com o delegado Rodrigo Rederde, as investigações tiveram início após a criança ter sido internada em um hospital da capital paranaense no dia 4 de abril, com parada cardíaca, múltiplos hematomas e escoriações causadas pelo padrasto.
Após nove dias internado, o menino morreu. Ainda segundo o delegado, as imagens das lesões no corpo da vítima são fortes. “A criança apresentou várias lesões, hematomas, cortes em todas as partes do corpo. O laudo de necropsia constatou que a causa da morte do menino foi a síndrome do bebê sacudido, com lesões cranioencefálicas e abdominais por ação contundente”, explica.
Conforme apurado pela polícia, o suspeito morava com a mãe da criança há cerca de quatro meses e cuidava dele quando ela saía para trabalhar. As investigações apontaram que as agressões ocorriam nessas ocasiões.
“Também verificamos uma mensagem, enviada pelo celular, onde o suspeito afirma que se o menino não parasse de chorar, ele iria apanhar com um cabo até o objeto ficar tatuado no corpo da criança”, conta Rederde.
Fuga e prisão
Os investigadores descobriram que o suspeito havia fugido para a cidade de Bolívar, no seu país de origem. Com o monitoramento da localização do foragido, os policiais civis constataram que ele tinha retornado ao Brasil e acionaram a Polícia Federal, resultando no cumprimento do mandado de prisão preventiva.
Depois de preso, ele foi levado ao sistema penitenciário. Caso seja condenado, a pena pode chegar a mais de 20 anos de prisão.
Combate a crimes contra crianças e adolescentes
A delegada chefe da Divisão de Polícia Especializada, Luciana Novaes, destaca que a rede de proteção contra crimes envolvendo crianças e adolescentes é de extrema importância a fim de combater a violência.
“Nós temos que estar atentos com as nossas crianças e sempre observar quando elas estão machucadas, caladas, quietas. É muito importante que pais, educadores e a população tenham esse olhar e garantam a segurança dos menores. Os crimes precisam ser denunciados para que a Polícia Civil consiga solucionar o caso e efetuar a prisão dos autores”, conclui.
As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelos números 197, da PCPR, ou 181, do Disque-Denúncia. Se a violência estiver ocorrendo naquele momento, a pessoa deve acionar a Polícia Militar, por meio do 190.