Um homem foi condenado a mais de dez anos de prisão nesta terça-feira (3) pelo Tribunal do Júri da Comarca de Criciúma, no Sul de Santa Catarina. Ele foi considerado culpado pelo crime de tentativa de feminicídio contra a ex-companheira. O caso aconteceu em 2021, no bairro Pio Corrêa.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado, a vítima retornava para casa após deixar o filho na escola quando foi abordada pelo suspeito. “Ela tentou ignorar o homem e seguir o trajeto, mas foi impedida, arrastada até uma área de mata e agredida com socos e chutes, o que provocou diversas lesões”, apontou a acusação.
As investigações apontam que, em um momento de distração do agressor, a mulher conseguiu pedir socorro a um casal que passava pela rua e o ex-companheiro fugiu.
O suspeito de 26 anos foi condenado a 10 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão por tentativa de homicídio triplamente qualificado. O tribunal do Júri reconheceu três qualificadoras:
- Motivo fútil, já que o condenado não concordou com o término do relacionamento, que durou cerca de um ano, e por não aceitar ser ignorado pela ex;
- Emprego de asfixia, pois ele colocou uma camiseta na boca da vítima duas vezes, mesmo após ela ter desmaiado. Durante o ato, o nariz dela chegou a jorrar sangue;
- Condição do sexo feminino, uma vez que o agressor se aproveitou da relação domestica e familiar, além de descumprir as medidas protetivas.
"O acolhimento, pelos jurados, da tese condenatória do Ministério Público do Estado de Santa Catarina demonstra o comprometimento da sociedade com a defesa do direito das mulheres e a consciência de que punir o agressor também é uma forma de garantia dos direitos humanos da vítima", afirmou Juliana da Costa Lima Cangussu, Promotora de Justiça Substituta da Comarca de Araranguá, que representou o MPSC no Tribunal do Júri.
Cabe recurso da sentença, mas o Juízo negou ao réu, que acompanhou o processo preso preventivamente no Presídio Regional de Criciúma, o direito de recorrer em liberdade.