Deputados federais da oposição planejam protocolar um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devido às suas recentes declarações sobre o conflito na Faixa de Gaza. Em entrevista coletiva durante viagem oficial à Etiópia, o petista comparou os ataques israelenses ao holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
No domingo (18), a deputada Carla Zambelli (PL-SP) deu início ao recolhimento de assinaturas para protocolar o pedido na Câmara dos Deputados. Até o momento, mais de 80 parlamentares já assinaram o documento. A lista inclui nomes como Bia Kicis, Carlos Jordy, Carol de Toni, Filipe Martins, Gustavo Gayer, Julia Zanata, Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Marcel Van Hatten, Nikolas Ferreira, Paulo Bilynskyj, Sargento Fahur, Filipe Barros e Ricardo Salles.
De acordo com informações divulgadas pela CNN Brasil, os parlamentares sustentam que as falas podem configurar crime de responsabilidade. Em princípio, do documento deve citar a previsão de que é crime de responsabilidade contra a existência política da União “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.
Reação das autoridades israelenses
Israel reagiu duramente às declarações de Lula. Ainda no domingo (18), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a fala do presidente brasileiro equivale a “cruzar uma linha vermelha”.
“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender.”
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, pelas redes sociais, declarou Lula persona non grata em seu país.
“Nós não perdoaremos e não esqueceremos – em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que se desculpe e se retrate por suas palavras.”
Com informações da CNN Brasil e Agência Brasil