Um cenário atípico chamou atenção de moradores, comerciantes e autoridades na manhã de terça-feira (13) no centro de São Paulo. O principal ponto do chamado “fluxo” da Cracolândia, na região da Rua dos Protestantes, na Santa Ifigênia, amanheceu praticamente vazio — algo incomum para uma área conhecida pelo intenso movimento de usuários de drogas e ações constantes da polícia e da assistência social.
LEIA TAMBÉM: Funcionários são presos por furtarem caixas de cervejas de atacado em Imbituba (SC)
Imagens registradas por populares e veículos de imprensa mostram calçadas desertas e ausência da aglomeração habitual de pessoas. A cena gerou surpresa e especulações sobre o paradeiro dos frequentadores do local, além de levantar preocupações sobre possíveis deslocamentos para outras áreas da cidade. O esvaziamento também foi notado na manhã desta quarta-feira (14).
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou ontem estar surpreso com a queda vertiginosa dos usuários no local, onde ficavam confinados por gradis e atrás de um muro construído pela própria prefeitura. Alvo de críticas, o espaço chegou a ser chamado de "curral humano" pela Defensoria Pública.
Dispersão de usuários
Nas últimas semanas, um mapeamento realizado pela TV Globo flagrou a presença crescente de usuários de drogas em diversos pontos da capital paulista. Foram identificadas concentrações nas regiões da Vila Campanela e Tatuapé, na Zona Leste; Consolação, Bom Retiro, Brás, Campos Elíseos e Vila Buarque, no Centro; além de Campo Belo, na Zona Sul, e Piqueri, na Zona Noroeste.
Já nesta terça, o g1 localizou cerca de 100 usuários de drogas e pessoas em situação de rua reunidos na Praça Marechal Deodoro, também na região central.
Esses novos focos evidenciam que, embora o tradicional “fluxo” da Cracolândia tenha perdido força nos últimos dias, o problema não foi resolvido — apenas redistribuído por diferentes áreas da cidade.
Conforme matéria do g1, uma das principais causas dessa dispersão foi a recente operação conjunta entre o Governo do Estado e a Prefeitura na Favela do Moinho, onde atuava um dos principais traficantes ligados à Cracolândia, conhecido como “Léo do Moinho”.
Com a prisão do criminoso e a destruição de estruturas utilizadas pelo tráfico, a oferta de entorpecentes teria sido drasticamente reduzida na região, obrigando usuários a buscarem novos pontos de consumo.
Apesar da movimentação visível dos usuários para outras áreas, a administração municipal ainda não divulgou oficialmente o destino daqueles que deixaram a tradicional área da Cracolândia, na Rua dos Protestantes.
Com informações do g1