O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) e do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) Sebastião Coelho da Silva, que está atuando como advogado de um dos réus do 8 de janeiro, virou alvo de investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou a abertura de uma reclamação disciplinar contra ele por suposta "incitação de atos golpistas" durante o exercício da magistratura.
O corregedor também determinou a quebra do sigilo bancário do ex-desembargador, entre 1° de agosto de 2022 a 8 de janeiro de 2023, para investigar se ele chegou a financiar os atos. Coelho tem até 15 dias para apresentar defesa.
Na decisão, o ministro Salomão alega que as "condutas inapropriadas" do ex-desembargador iniciaram quando ele ainda trabalhava no TRE-DF e continuou após a aposentadoria, quando ele deu declarações inclusive defendendo a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Salomão também cita a fala do desembargador na sessão em que anunciou sua renúncia ao cargo no TRE-DF, em 19 de agosto do ano passado, quando ele disse que não estava "feliz" com o STF e que o ministro Alexandre de Moraes "fez uma declaração de guerra ao País".
Coelho afirmou que considera a investigação uma "tentativa de intimidação", mas que não se deixará intimidar. Durante julgamento dos réus do 8 de janeiro na quarta-feira (13), no plenário do STF, o desembargador aposentado afirmou que os ministros da Corte são "as pessoas mais odiadas do país".
Fonte: Brasil Sem Medo