A Justiça de Santa Catarina condenou nesta quarta-feira (26) a 14 anos de prisão em regime fechado Gleidson Tiago da Cruz pelo assassinato de Giovane Ferreira da Silva de Oliveira, de 29 anos, esfaqueado em frente a um supermercado em Blumenau, no Vale do Itajaí. O julgamento durou 10 horas.
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O crime aconteceu em 3 de novembro de 2023. Conforme a denúncia da 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de Blumenau, o réu saía de um supermercado no bairro Victor Konder e abordou a vítima na calçada do estabelecimento. Pelos autos, o assassinato foi cometido porque Giovane, que estava em situação de rua, ofereceu à filha do acusado a paçoca que vendia, atitude que desagradou Gleidson.
Houve uma discussão e o condenado golpeou a cabeça do vendedor com uma haste de metal. Depois do desentendimento, o réu voltou para casa, próxima ao supermercado. Demorou cerca de sete minutos, e retornou ao estabelecimento armado de uma faca, escondida num carrinho de compras.
Na presença da própria filha, o réu partiu para cima da vítima, desferindo vários golpes de faca, que atingiram a cabeça e as costas do ambulante, que caiu no chão.
Mesmo ferido, a vítima se levantou e correu para dentro do supermercado. Porém, foi perseguido pelo réu, que continuou desferindo mais golpes de faca, só parando quando a arma do crime ficou encravada na coluna cervical do vendedor de paçocas.
Ele está preso desde o dia do assassinato e não poderá recorrer em liberdade. A Justiça entendeu que a soltura dele representaria perigo ao convívio social. A defesa de Gleidson disse que vai recorrer.
Julgamento
Os jurados acataram integralmente a tese do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que fez a acusação, para condenar o réu por homicídio, com as qualificadoras de motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A sessão do júri durou 10 horas. Na parte da manhã foram ouvidas cinco testemunhas e o condenado. A parte da tarde foi reservada aos debates da acusação e da defesa. No plenário do júri, três Promotores de Justiça trabalharam com a tese de dolo - vontade de matar- e defenderam o homicídio praticado como crime hediondo.
Vestidos com camisetas brancas, o pai, a mãe, os sete irmãos e parte dos sobrinhos da vítima, assistiram todo o julgamento. Segundo uma das irmãs de Giovane, ele trabalhava como auxiliar de limpeza em uma empresa de asseio e conservação. Como era usuário de drogas abandonou o emprego, optando por viver nas ruas, vendendo doces, e algumas vezes voltando para a casa da família.
"Foi um homicídio praticado numa sexta-feira, às 18 horas, numa das principais ruas da cidade, de maior movimento. Então, nós do Ministério Público estamos satisfeitos com o resultado, com a resposta, com a condenação. A Comunidade de Blumenau demonstrou mais uma vez que não aceita esse tipo de conduta, e caso quem cometa será condenado", disse a promotora de Justiça Marina Saade Laux