A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (26) uma operação interestadual que desarticulou uma associação criminosa especializada em manipular ilegalmente sistemas informatizados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ação, coordenada pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (RS), contou com apoio da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Balneário Camboriú (SC) e da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática do Rio de Janeiro.
Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro.
Esquema fraudava sistemas de Justiça em todo o país
A investigação revelou um esquema altamente sofisticado que burlava plataformas usadas pelo Judiciário brasileiro, como:
- SISBAJUD – para bloqueios financeiros;
- RENAJUD – que aplica restrições a veículos;
- BNMP – sistema nacional de mandados de prisão.
Segundo a polícia, o grupo criminoso realizava:
- emissão fraudulenta de contramandados de prisão;
- desbloqueio ilegal de contas judiciais;
- remoção de restrições de veículos;
- alterações indevidas de dados na Receita Federal;
- uso de credenciais verdadeiras de servidores e autoridades.
Um dos presos em Canoas, na região metropolita de Porto Alegre, era responsável por realizar o “reset” de senhas da plataforma gov.br para permitir o acesso clandestino aos sistemas violados.
Ação coordenada
Para o delegado Cristiano Reschke, diretor da Regional de Canoas, a operação mostra o avanço no combate ao crime cibernético no país.
“Estamos lidando com uma modalidade criminosa de alto impacto e complexidade, que exige agilidade, cooperação interestadual e inteligência policial para proteger os sistemas críticos da Justiça brasileira”, afirmou.
A delegada Luciane Bertoletti, da 3ª DP de Canoas, destacou que a ação está ligada à Operação Invasor, que já havia revelado um esquema milionário de retirada indevida de restrições judiciais no mercado automotivo.






